domingo, 9 de janeiro de 2022

Terceiro Dia - Trenque Lauquen/Neuquén

 Relato 3º dia – Trenque Lauquen/Neuquén


Saimos de T.Lauquen com destino a Nequén por volta das 19hs. Foi, seguramente, o trecho mais cansativo que fizemos nesta trip, e até agora.  Foram longos 691 Km...Muito calor, cansaço dos dias anteriores batendo, um cenário desértico, sem cor, aparentemente sem vida, quilômetros de terra árida, sem sinal de um ser vivo qualquer... E umas retas, infinitas retas, retas sem fim... 

Para quem precisa saber sobre as Rutas, seguimos pela 5, depois a 35 e, a seguir, deveríamos ter continuado pela 152, mas por aquelas situações inesperadas ( nós não sabemos até agora como conseguimos sair da rota), acabamos por percorrer a Ruta 143. Fica a dica: atenção para chegar a Neuquén pela Ruta 152. 

O calor era impressionante... Seguimos ‘por las rutas’ sem que nelas houvesse qualquer sombra; também nenhuma vegetação, pelo caminho. 

A chegada em Neuquen, com um calor indescritível, nos trouxe algum dissabor. Não conseguimos um lugar para um pernoitar, ou seja, um campground ou camping que nos permitisse estacionar o motorhome, ter luz e água. A necessidade maior decorria do fato de estar um calor do cão, com termômetros marcando mais de 38 graus. Depois de buscarmos alternativas - e consultarmos até possibilidades em hotel que não nos retirasse muito da rota, decidimos pernoitar no Wallmart. A opção era muito boa, tirando o calor, porque no estacionamento havia pouca sombra e, com a soleira da tarde, o esfalto estava fervendo, mesmo que já fossem mais de nove da noite. 

Com o supermercado aberto a noite toda, mas sem movimento, estivemos seguros e, às 05h30 nós, Mauro e eu, já estávamos comprando pão quentinho e frios para o café da manhã. Tentamos comprar algum vinho - estavam por um preço maravilhoso - mas não conseguimos, porque antes das 08 da manhã estão proibidos de vender bebida alcóolica no supermercado. 

Pouco depois de 06h30 em direção à Bariloche, com intenção de percorrer os 435km, pelas Rutas 22 e 237.

No próximo post, nossa chegada e instalação em Bariloche.


Segundo dia - Gualeguaychú/Trenque Lauquen

Relato 2º Dia – 06/01

Diário de bordo com escrita no trajeto Trenque Lauquen – Neuquén. Depois de pernoitarmos em Gualeguaychú seguimos viagem em direção a Trenque Lauquén.Passamos rica noite no Camping Costa Alegre e, pela manhã, depois do café, tomamos a ruta para T. Lauquén.  

A viagem transcorreu tranquila, com movimento na ruta, de carros e caminhões.  Durante longo trecho seguimos a Ruta Nacional 5, duplicada, excelente. Porém, em algum momento na consulta ao Maps, fomos desviados para a Ruta 41, um trecho que concluímos, depois, ser um ‘atalho’ para encurtar o caminho. A condição da estrada deixava a desejar, o asfalto estava bastante precário. Quem  quiser chegar a Trenque Lauquén, recomendo evitar a Ruta 41, desviando, se for preciso, via Zárate.

Almoçamos pelo caminho, num ponto qualquer, à sombra de uma árvore. 

Chegamos em T.Lauquén relativamente cedo,  17hs, e nos dirigimos ao Camping Club Barrio Alegre. Um clube/parque privado, no centro, com boa estrutura, muito arborizado, não sem antes fazer as compras para o jantar. Degustamos, uma picanha dos deuses, feita no disco de ferro, e ao preço de carne moída de primeira. 

Temos nos saído muito bem na montagem e desmontagem do ‘acampamento’.  Embora o  motorhome abrigue 4 pessoas, temos preferido dormir – Mauro e eu – na barraca, isto porque as noites têm sido lindas, frescas, com lua maravilhosa, e pernoitamos ‘bajo la cobertura’ do toldo da  casinha rodante.  Nem temos usado todo o avanço do motorhome, que protege todos os lados. Não levamos mais do que 20 minutos para termos nossa ‘casinha’ pronta.

Seguimos tomando o remédio diário: um vinhozinho à noite, e alguma caipira!Com uma noite agradável, fresca, com lua crescente nos espiando, dormimos o sono dos justos.

Deitamos por volta das 23hs e, hoje, às 05h50 eu já estava no banho, me aprontando para rodar mais estes 694 Km, dos quais, neste momento, já percorremos 222 km. 

Há pouco cruzamos Santa Rosa – La Pampa, o que me permitiu recordar que há 20 anos estive por aqui, como o colega, Chies, e mais 25 alunos do Curso de Direito da UCPel para apresentação de trabalhos num Congresso. Concluí que fomos, Chies e eu, muito corajosos!!!!

Previsão de chegada à Neuquen por volta das 16 horas. Neste momento em que escrevo, a Vera lê, o Mauro contabiliza nossos gastos e quilômetros, e o Marco segue na direção. 

Iniciamos o percurso pela Ruta 5 e nesse momento estamos na Ruta 35. Logo a seguir, a 152 e, por fim, quase em Neuquén, a Ruta 22. 

O movimento da Ruta é maior por aqui. E a paisagem, começa a ficar mais árida, um pouco mais desértica, digamos. 

Por hoje é só.

Amanhã conto o restante do trajeto até Nequén. E detalhes do pernoite.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Primeiro Dia - Diário de Bordo de uma Experiência Atenta

 

 Primeiro dia (diário de bordo escrito na rota Gualeguaychú/Trenque Lauquen).

 

Saímos de Pelotas às 06h10, e seguimos rumo a Rivera. Estrada boa, viagem tranquila. Marco na direção, Mauro na co-pilotagem, e a Vera e eu aproveitando para bater papo e, também crochetar e costurar.

Chegamos à Rivera 10h15 e, logo na Aduana, fizemos os trâmites para ingressar no Uruguai. A Aduana está localizada no Shopping Sineriz, e ali entregamos passaportes, e declaramos portar toda a documentação exigida pela ingressar no Uruguai: PCR-RT, Carteira Digital de Vacinação, e Declaração Jurada preenchida no site disponibilizado pelo Ministério de Saúde Uruguaio. Não nos foi solicitada a apresentação destes documentos, mas firmamos outro declarando estarmos com todas as exigências atendidas.

Do motorhome, exigiram-nos o documento e nada mais.
Ingressados no Uruguai, seguimos em direção a Paysandú, via Tacuarembó. Cruzamos a fronteira com a Argentina por volta das 16h30, e chegamos a Colón. O final desse trajeto foi feito com muita emoção.

 Além de estarmos com o motorhome desabastecido – por confiança demasiada do motorista de que haveria ‘estación de servicios’ ao longo do percurso todo (hehehehehe) – ainda perdemos bastante tempo na Aduana, já que nos exigiram apresentação de toda a documentação – e tínhamos tudo – sendo a mesma conferida em detalhes. Ali também foi solicitada documentação do caminhãozinho, completa!

Ao longo deste trecho, de Tacuarembó à Colón, pagamos pedágios diversos, ora em Reais, ora em Pesos Argentinos e, por fim, em Paysandú, em dólar também, já que não tínhamos mais pesos argentinos (gastos no abastecimento de diesel em Paysandú ( a estación de servicios não aceitava ‘tarjeta’).

Fica a dica: viaje com algum dinheiro, e com diversificadas moedas!!!

Em Colón ainda tínhamos que fazer câmbio. A nossa proposta era trocar Reais por Pesos Argentinos, formando a ‘caixinha’ da trip. Chegamos à casa de câmbio por recomendação de um funcionário da Estação de Serviços onde abastecemos e, para nossa surpresa, negaram-nos a transação sob argumento de que fariam apenas câmbio de dólares para pesos argentinos. A ‘chica’ nos sugeriu fazer o câmbio em Banco, pela manhã, no outro dia.

Sob impacto do susto alternativas foram sendo compartilhadas entre nós, mas, com a calma sempre necessária nesses momentos perrengues, ‘hice uma charla con la chica’, explicando que precisávamos seguir viagem até Gualeguaychú e que seria imprescindível que tivéssemos ‘plata’.

Sensível aos argumentos ela resolveu consultar seus superiores e trouxe-nos a boa nova: faria o câmbio e com uma cotação que nos surpreendeu.

Tudo ‘listo’, seguimos em frente, mas sem a possibilidade de internet, já que a operadora Personal – mais bem indicada pela ‘chica do câmbio’ – não possuía escritório em Colón.

Embarcamos na nossa casinha rodante e seguimos em frente, rumo a Gualeguaychú.

 O percurso até Gualeguaychú foi bem tranquilo. Ruta boa e o dia seguia lindo. Como já havíamos estado nesta cidade – eu e o Mauro, com mais tempo e a Vera e o Marco, de passagem – fomos direto ao Carrefour para abastecer nosso caminhãozinho. Percebam: neste momento da trip já estou chamando o motorhome de ‘nosso’ (hahahaha).

Fizemos as compras necessárias para nosso jantar e café da manhã, e enchemos a dispensa de???? Vinho! Gente, os preços estão realmente muito atrativos – tanto dos gêneros alimentícios, quanto dos produtos de higiene (em especial, desodorantes hahahahah), mas os vinhos ‘matam a pau’. Tomar vinho, bom, argentino, Malbec, por 10, 12, 14, 22 e 27 reais chega dar uma tremedeira na gente!

Depois de abastecidos, fomos em busca do chip para os celulares, com a intenção de termos um plano/pacote de internet. Nos indicaram um Kiosko e, então, os compramos. Porém, para nossa surpresa, o cadastro dos chips somente aceitava documentos de identidade argentinos, e tivemos frustradas as expectativas de comunicação. Um jovem rapaz, muito gentil, nos indicou buscar a empresa Telecom Argentina para tentarmos resolver nosso problema, o que seria possível apenas no dia seguinte.

Fomos então tratar da hospedagem. Nós tínhamos buscado a alternativa no Camping Costa Alegre – recomendado pelo aplicativo Viva Sobre Rodas. Contudo, resolvemos checar a possibilidade de ficar no Parque Central ou das termas de Gualeguaychú, mais próximos da região central da cidade.

Contudo, não encontramos opção, e chegamos ao Costa Alegre por volta das 21h30.

Montado o acampamento, jantamos, tomamos vinho, e descansamos, para seguir viagem rumo a Trenque Lauquen ( o que estamos fazendo nesse momento em que escrevo o diário de bordo).

Amanhã, relatos desse trajeto até Trenque Lauquen! 

Besitos

(Como o sinal na Ruta não está favorável, mais fotos virão depois).

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

E aí vamos nós...


 Toda viagem inicia antes de começar, e com a nossa isso não foi diferente.

Essa trip é resultado de conversas, consultas e planos. Nossa ideia era fazermos a viagem de Harley, mas decidimos fazê-la de motorhome.

E a decisão se fundou em 2 aspectos: tempo disponível para a trip, de modo a que não se tornasse apenas um ‘rodar’ e ‘nada ver, e orçamento.

No 1º planejamento ficamos impactados com os gastos. Concluímos que a viagem seria cara, e não estávamos dispostos a muitos gastos. Portanto, decidimos pelo motorhome, com custo reduzido.

A divisão do diesel, a possibilidade de dormir sem depender de hotelaria, poder rodar mais Kms por dia, sem preocupação com o descanso que a moto impõe, e fazer nossa própria alimentação, fizeram despencar o orçamento.

Nossas experiências anteriores em motorhome acabaram contribuindo para a decisão: fazer a trip de caminhãozinho (um dia eu conto porque esse é o apelido do motorhome dos Meirelles).

Iniciamos os planos, o roteiro, as possibilidades de ingresso na AR - se pelo UY ou BR. Fizemos dois planos: um primeiro, ingressando na AR via UY e, outro, diretamente do BR. Dependíamos, para a decisão, da abertura das fronteiras e, em dezembro, vimos abrirem-se as possibilidades de ingresso via UY.

Decidido o caminho, hora de checar documentos, fazer camisetas, aprumar bagagens, verificar temperaturas, planejar visitas, escolher os trechos – incluído, aqui, o retorno via Mendoza -, enfim, tudo preparar para que, às vésperas, estivéssemos sadios (com PCRs negativos) e demais documentos aprumados.

Agora são 19h15, e enquanto escrevo me imagino amanhã já em Gualeguaychú, nossa primeira parada antes de chegarmos a Bariloche.

Eu estou certa de que faremos uma bela viagem. Ela servirá de descanso para alma; será de travessia, no Travessia, porque a vida é o que fazemos dela, e as viagens, bem as viagens somos nós, os viajantes.